Por Bruna Martins Fontes
R$45.000
1. KEBAB ITINERANTE
Foi ao trabalhar em um restaurante na Europa que o gaúcho Marcelo Libel, 25 anos, aprendeu a fazer o kebab, uma espécie de sanduíche de carne com pão bem fino, muito popular em países árabes. Ele também percebeu que o sistema de fast-food ambulante fazia sucesso por lá. De volta ao Brasil, juntou R$ 40 mil aos dois ingredientes e, com uma dupla de sócios, chegou à receita da SIM SALA BIM, uma Kombi que vende kebabs para quem vai e volta das baladas em Porto Alegre (RS). O projeto piloto, em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, não deu certo, pois as pessoas não conheciam o kebab. Na capital gaúcha, porém, caiu no gosto do público — aos sábados, os sócios chegam a vender 200 lanches em 12 horas. O sucesso levou a empresa ao segundo passo: abrir uma loja na praia durante o verão, de olho nos adolescentes. Para atrair esse novo consumidor para a unidade da praia, ele roda também de dia, distribuindo minike-babs na porta de colégios. “A Kombi é nossa estratégia para testar a aceitação do produto e fazer marketing”, diz Libel. Neste ano, a Sim Sala Bim quer dar o terceiro passo: abrir uma loja fixa em Porto Alegre, com cardápio mais variado. “A nossa ideia é ser um McDonald’s mais jovem e rock’n’roll”, conta. “Como temos uma minifábrica para processar a carne, disponho de estrutura para ganhar escala sem perder a qualidade do lanche.” O modelo de negócios da Sim Sala Bim, que deve faturar R$ 500 mil em 2012, pega carona em algumas das tendências apontadas nas próximas páginas: a conveniência e o acesso fácil a produtos e serviços.
ESTRUTURA: R$ 40.000 (montagem da cozinha, Kombi, carro e fábrica de processamento de carne)
CAPITAL DE GIRO: R$ 5.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000
FUNCIONÁRIOS: 4 (2 na fábrica e 2 no atendimento)
PRAZO DE RETORNO: 6 meses
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R$ 650.000
2. SUCOS FUNCIONAIS
O mercado de alimentos funcionais, que fazem bem à saúde, sempre atraiu Edson Mazeto Júnior, 37 anos. Após anos como executivo em uma indústria de sucos, ele resolveu abrir uma empresa no ramo, mas de um jeito light. Em vez de montar uma fábrica, que exige alto investimento, optou por importar concentrados de cranberry, fruta com propriedades antioxidantes, e terceirizar a produção. Assim, lançou os sucos de caixinha JUXX em 2007 e centrou esforços na divulgação. Apostou em ações de degustação para médicos e nutricionistas, para que eles recomendassem o produto a pacientes com infecção urinária e cistite. “Eles sabiam muito sobre a fruta, mas nunca tinham experimentado. A aceitação foi grande”, afirma. Em 2008, a alta do dólar elevou o preço do cranberry e Mazeto procurou um novo ingrediente com melhor margem de lucro. Chegou à ameixa da Patagônia, rica em antioxidantes e fibras. Em 2011, o empresário faturou R$ 13 milhões com a venda de dois milhões de litros de suco de cranberry, ameixa e romã (antioxidante e benéfica para quem teve câncer de próstata). Agora, a empresa sediada em Barueri (SP) quer ganhar o Nordeste e o Centro-Oeste. “No inverno, as vendas caem no Sul, enquanto o Centro-Oeste é seco, e o Nordeste, sempre quente. O clima favorece o consumo.”
ESTRUTURA: R$ 500.000 (desenvolvimento do produto, montagem do escritório, computadores, comunicação e terceirização de serviços)
CAPITAL DE GIRO: R$ 150.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 175.000
FUNCIONÁRIOS: 3 (1 profissional na área administrativa, 1 na comercial e 1 secretário com experiência em logística)
PRAZO DE RETORNO: 34 meses
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R$ 800.000
3. RESTAURANTE ESPECIALIZADO EM CERVEJA
Há quatro anos, Ismael Caetano, 44 anos, percebeu um crescente interesse dos brasileiros por cervejas artesanais e de boa qualidade. “Pesquisei e vi que era um nicho pouco explorado”, diz. Com três sócios, abriu em São Paulo o restaurante MELOGRANO, com 190 rótulos de cervejas premium do mundo todo. Os garçons são especializados e sugerem combinações para harmonizar a bebida e os pratos. Se oferecesse apenas o produto, competiria com supermercados e comércio eletrônico de grande porte. “Tenho uma importadora, mas não vou concorrer com preço, e sim com serviço”, afirma. Por isso, seu próximo passo é vender a restaurantes uma carta especial de cervejas, assinada pelo Melograno, que faturou R$ 1,4 milhão em 2011. A primeira dessas parcerias já foi fechada, e a ideia é assinar mais 20 contratos neste ano.
ESTRUTURA: R$ 500.000 (projeto de arquitetura, equipamentos e móveis)
CAPITAL DE GIRO: R$ 300.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 80.000
FUNCIONÁRIOS: 18 (2 forneiros, 1 chef, 1 ajudante de cozinha, 1 para a pia, 1 chefe de salão, 6 garçons, 2 barmen, 1 faxineiro, 2 assistentes e 1 gerente)
PRAZO DE RETORNO: 36 meses
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R$ 1.880.000
4. CAFETERIA GOURMET
No final dos anos 1990, o café enfrentava uma das piores cotações da história. Responsável por uma corretora de ações e commodities, o economista Marco Suplicy começou a estudar outro negócio que pudesse agregar valor ao preço do grão e manter a tradição da família, que há mais de um século produzia e negociava café. A ideia veio em 2001, mas a cafeteria só foi criada dois anos mais tarde, em 2003. Oito anos após sua fundação, o SUPLICY CAFÉS ESPECIAIS é visto como um pioneiro no conceito de varejo gourmet no país. Apostando no crescente interesse do brasileiro por uma bebida de melhor qualidade, Suplicy optou por oferecer o que há de melhor em grãos — mesmo que por um preço maior. “Nosso diferencial é a qualidade superior”, diz. O formato teve boa aceitação. A rede tem sete lojas próprias, cresce a uma taxa de 20% ao ano e acaba de lançar a opção de franquia. Cerca de 60% do faturamento de cada unidade própria vem da venda de produtos à base de café: espressos, capuccinos, frapês gelados, grãos e pó para levar para casa. Suplicy não revela o faturamento total da rede, mas informa que uma unidade média fatura mensalmente R$ 320 mil. O mercado de cafeterias movimentou cerca de R$ 700 milhões em 2010, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
ESTRUTURA: R$ 1,43 milhã0 (ponto comercial, decoração, microtorrefador, empacotadora, equipamentos, estoque, cozinha e sala de prova de cafés)
CAPITAL DE GIRO: R$ 450.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 320.000
FUNCIONÁRIOS: 38 (25 na loja, 6 na torrefação e 7 no escritório)
PRAZO DE RETORNO: 74 meses
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R$ 2.360.000
5. SOBREMESAS PARA REDES DE FAST-FOOD
Desde menina, a paulistana Alexandra Tedesco, 42 anos, cultiva a fama de confeiteira de mão cheia. Crescida, virou publicitária, mas sempre escapava até a cozinha para fazer bolos. O hobby virou negócio quando foi aprovada na seleção de fornecedores de sobremesas da rede de restaurantes TGI Friday’s. “Testei umas 15 receitas até acertar a espessura do creme do bolo do jeito que eles queriam”, lembra. Foi um longo aprendizado até Alexandra e o marido e sócio, Rodrigo Borg, 37 anos, desenvolverem o pique de parceiros de uma grande rede de alimentação: entrega infalível, em carro refrigerado, de doces com textura e sabor padronizados — e que não desmancham quando vão ao micro-ondas. De tanto ouvir que faltavam fornecedores confiáveis para essas redes, resolveram entrar de vez no setor. Em 2003, abriram em São Paulo a fábrica da TEDESCO FOOD SERVICE, que hoje desenvolve receitas e fornece sobremesas e pães para gigantes como Gendai, Spoleto, Pizza Hut, Applebee’s e Wraps. “Crescemos 58% ao ano. Começamos com quatro funcionários, e hoje são 35”, diz Borg. Em 2011, a empresa faturou R$ 4 milhões. O fermento do sucesso, para eles, é ter rígidos padrões de qualidade e entrega pontual, além de jamais parar de testar receitas. A Tedesco Food Service já foi procurada até para fazer salgados e patês, algo que foge de sua especialidade. “Isso mostra que há uma carência muito grande de bons fornecedores. Quem gosta de desenvolver receitas tem muita chance de crescer, mesmo que comece pequeno”, afirma Borg.
ESTRUTURA: R$ 2 milhões (galpão reformado com equipamentos frigoríficos, de refrigeração e confeitaria)
CAPITAL DE GIRO: R$ 360.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000
FUNCIONÁRIOS: 5 (4 na linha de produção e 1 administrativo)
PRAZO DE RETORNO: 48 meses
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R$ 50.000
6. PLATAFORMA E MEIO DE PAGAMENTO PARA SITES
A onda do comércio eletrônico não perde a força. Em 2011, o faturamento do setor no Brasil cresceu 26% em relação ao ano anterior, segundo a consultoria e-bit. Esse cenário abre espaço para quem desenvolve soluções de suporte para lojas virtuais. William Marques não era programador quando pensou nisso, aos 17 anos de idade. O ano era 2003 e ele queria apenas uma ferramenta que o ajudasse a organizar a venda de cursos on-line. Buscou uma solução, mas não achou nada parecido. “Perdia muito tempo com tarefas repetitivas, então aprendi programação sozinho e criei um gerenciador de vendas para quem usava o Mercado Livre”, conta. Apresentou a ferramenta a outros usuários e, como a receptividade foi boa, abriu a TRAY em Marília (SP). O gerenciador foi o primeiro produto. Depois dele, vieram soluções para todas as etapas de montagem de uma loja on-line: desde o visual até como receber pagamentos. “Chamei meu irmão para ser sócio. Assim, posso me dedicar à inovação, pois ele cuida da gestão e da área comercial”, diz. Marques reforçou o time técnico, que reúne 40 dos 110 funcionários da Tray. Também criou uma equipe de vendas. Faturou R$ 8 milhões em 2011, atende a 4.500 lojas e quer chegar a 7.000 neste ano. “Há muito espaço para crescer, especialmente fora dos grandes centros urbanos”, afirma. O maior obstáculo é a concorrência, devido à facilidade de abrir uma empresa no ramo. “Não adianta querer fazer tudo. É melhor ter boas soluções específicas”, diz.
ESTRUTURA: R$ 30.000 (computadores, servidor, escritório e telefonia)
CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 35.000
FUNCIONÁRIOS: 2 (desenvolvedores)
PRAZO DE RETORNO: 12 meses
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R$ 440.000
7. GESTÃO DE RISCO DE FRAUDES EM VENDAS
Em 2001, o estatístico Bernardo Lustosa, 35 anos, analisava um modelo matemático para avaliar o risco de fraude em pagamentos eletrônicos de uma grande rede de lojas de roupas quando conheceu Pedro Chiamulera, 46 anos, que vendia soluções de TI para varejistas como Submarino e Americanas. A soma de interesses deu certo e eles viraram sócios na CLEARSALE, empresa paulistana especializada em analisar os dados de quem faz uma compra pela internet, para avaliar o risco de fraude na operação. “Muitas lojas reprovam determinadas operações de venda apenas por precaução, pois não sabem identificar se o cliente on-line é ele mesmo”, diz Lustosa. Os sócios criaram e implantaram um modelo que permite reduzir de 5% para 0,4% a perda de receita das lojas com fraudes. Hoje, atendem 250 clientes em todo o país e planejam crescer 80% neste ano. Em 2011, o faturamento chegou a R$ 30 milhões. “Nossa inovação foi oferecer o serviço de monitoramento e gestão de risco. Não adianta ter um sistema de identificação sem saber analisar os dados”, diz. Para isso, a empresa conta com 180 analistas. O próximo passo é usar o mesmo modelo para oferecer o serviço na área de análise de crédito, especialmente a que é realizada pela internet. “Vamos testar o piloto neste ano.”
ESTRUTURA: R$ 90.000 (servidores, computadores e montagem do escritório)
CAPITAL DE GIRO: R$ 350.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 150.000
FUNCIONÁRIOS: 4 (2 desenvolvedores, 1 estatístico e 1 administrador)
PRAZO DE RETORNO: 60 meses
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R$ 490.000
8. DESCONTOS EM PIRÂMIDE EM COMPRAS COLETIVAS
O sucesso dos sites de compras coletivas chamou a atenção de quatro amigos gaúchos no ano passado. Eles decidiram aproveitar o interesse dos consumidores por produtos em oferta para testar um novo modelo de comércio eletrônico. No PLANETA BÔNUS, o cliente cria um círculo com amigos e recebe uma bonificação: 4% do valor de cada compra que faz no site e 1% do que for gasto ali por quem faz parte de sua rede. A empresa fica com uma comissão de 30% a 40%. Em 2011, o site faturou R$ 4 milhões com o formato criado pelos sócios de Porto Alegre (RS). “As pessoas já estão acostumadas a fazer redes e indicar produtos para os amigos. É um modelo que funciona”, afirma Guilherme Freire, 37 anos, um dos sócios fundadores. Com oito meses de vida, o site chegou a 25 mil usuários ativos por dia, conseguiu 30 milhões de indicações e gerou R$ 500 milhões em créditos, a serem gastos no próprio Planeta Bônus. O maior desafio, conta Freire, ainda é a seleção de bons anunciantes. “Ser intermediário é uma posição delicada. Se o anunciante não entrega o que prometeu e no prazo, é a reputação do site que está em risco, porque o consumidor não faz diferenciação entre os dois”, diz. Freire considera o sistema de recomendação social pela internet bastante promissor, mas alerta que o empreendedor não pode se acomodar. “É preciso investir bastante em marketing para se manter no radar dos internautas. Não dá para esperar que eles façam o seu trabalho de divulgação”, afirma.
ESTRUTURA: R$ 390.000 (computadores, escritório, aglutinadores e desenvolvimento do site)
CAPITAL DE GIRO: R$ 100.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 700.000
FUNCIONÁRIOS: 4 (1 profissional na área financeira, 2 na área comercial e 1 para inserir e editar ofertas no site)
PRAZO DE RETORNO: 3 meses
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R$ 1.000.000
9. REEMBOLSO DE DESCONTOS EM COMPRAS
O mineiro Ofli Guimarães, 26 anos, sempre aderiu a programas de fidelidade, em que o cliente ganha pontos a cada compra e pode trocá-los por descontos. Mas achava que o sistema seria melhor se recompensasse o consumidor em dinheiro, para gastar no que quisesse. Então, estudou modelos e descobriu em vários países sistemas de fidelização por meio de reembolso — o chamado cash back. Estava formado o embrião do MELIUZ, site que reúne lojas nas quais, a cada compra, o internauta ganha pontos conversíveis em dinheiro. Se indicar amigos, também ganha uma comissão. “Temos 40 estabelecimentos em integração e prevemos chegar a cem em 2012”, diz. A principal fonte de receita vem das lojas: a cada transação, o site cobra uma comissão de 5%. Desse valor, 4% voltam para o cliente e 1% fica com o Meliuz. O site, criado em 2011 em Belo Horizonte (MG), com previsão de R$ 2 milhões de faturamento no primeiro ano, atraiu um investidor anjo. No mês de estreia — setembro —, a versão beta ganhou 20 mil usuários, que viraram 100 mil em dezembro. Só foi difícil convencer as lojas. “Como é um modelo novo, foi preciso explicar tudo detalhadamente e oferecer incentivos como um mês de banner gratuito no site.”
ESTRUTURA: R$ 300.000 (escritório equipado com computadores e internet, gastos com TI)
CAPITAL DE GIRO: R$ 700.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 150.000
FUNCIONÁRIOS: 11 (2 profissionais na área de administração, 4 na de TI, 1 na comercial e 4 na de publicidade e marketing)
PRAZO DE RETORNO: 24 meses
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R$ 1.180.000
10. GEOLOCALIZAÇÃO DE OFERTAS
A febre das compras coletivas deu uma ideia a Daniel Maceira, 30 anos: e se as promoções fossem até os consumidores? Imaginou um aplicativo para celular que identificasse a localização de seu dono e mostrasse tudo o que estivesse em oferta ao seu redor. Lançado em junho de 2011, o POULPE CUPOM MÓVEL fechou o ano com dez mil usuários e 450 lojas cadastradas em São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul (SP), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG) e João Pessoa (PB). “Já temos parcerias para atuar em Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro”, diz o empreendedor de Santo André. Os lojistas são a maior fonte de renda, pois pagam uma licença para usar o Poulpe. “Agora vamos rentabilizar o aplicativo com anúncios.” A previsão é de um faturamento de R$ 2 milhões em 2012.
ESTRUTURA: R$ 1 milhão (desenvolvimento da ferramenta, marketing, vendas, escritório e equipamentos)
CAPITAL DE GIRO: R$ 180.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 160.000
FUNCIONÁRIOS: 4 (1 em vendas, 1 em marketing e planejamento, 1 em criação e 1 em desenvolvimento e tecnologia)
PRAZO DE RETORNO: 9 meses
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R$ 65.000
11. RECEPTIVO E TRANSPORTE PARA JOGOS
Em 2008, o dentista Guilherme Figueiredo, 34 anos, fez um curso para montar uma rede de clínicas. Mas mudou de ideia e decidiu criar uma agência de turismo esportivo. “Na pesquisa para o trabalho de conclusão, descobri que ninguém fazia o serviço receptivo de futebol em São Paulo”, lembra. Em dois meses, tirou a FUTEBOL TOUR do papel. Bateu na porta de hotéis para divulgar um passeio de fim de semana, com ingressos, transporte, guias e um kit com material sobre a história do clube. No ano seguinte, levou torcedores para ver partidas em outras cidades e no exterior. Virou agência oficial licenciada do Santos, do Palmeiras e do Cruzeiro. “A sacada foi pagar royalties aos clubes para organizar viagens”, diz. Hoje, leva 200 pessoas aos estádios por mês, cobrando a partir de R$ 220 por cabeça. Em dezembro do ano passado, acompanhou 600 santistas que pagaram até US$ 12 mil para ir ao Japão ver o Mundial de Clubes da Fifa. Faturou R$ 2 milhões em 2011 e se aquece para a Copa do Mundo de 2014. Em 2012, abrirá filiais em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Trabalhar com o esporte que adora compensa, mas requer jogo rápido, pois o local de partidas decisivas só é definido de madrugada, após o apito final. “Temos uma semana para organizar tudo. É preciso saber negociar para reservar companhia aérea e hotel.”
ESTRUTURA: R$ 50.000 (computadores, elaboração de hotsite, criação de identidade visual, material de divulgação em hotéis, compra de ingressos antecipados)
CAPITAL DE GIRO: R$ 15.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 12.000
FUNCIONÁRIOS: 2 (1 gerente comercial e 1 agente de turismo), além de guias freelancers
PRAZO DE RETORNO: 24 a 30 meses
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R$ 230.000
12. LOGÍSTICA DE MATERIAL PROMOCIONAL
Trabalhar com organização de eventos promocionais sempre foi a praia de Flávio Abrunhoza Filho, 45 anos. O tempo só fechava quando o material de trabalho não chegava a seu destino na hora certa ou sofria danos. “Não havia operadoras de logística para isso, só transportadoras, muitas delas informais”, diz. Em 2010, fundou em Cotia (SP) a AUTLOG, para administrar todo o processo: do momento em que os brindes e amostras grátis saem do fornecedor até chegar ao local do evento. A empresa oferece um serviço premium, contemplando não só a retirada e a entrega, mas montagem de kits, gestão do estoque dos clientes e logística reversa — a equipe recolhe no ponto de venda o que não foi usado e se encarrega do destino correto. “Resolvi estruturar uma área só para lidar com reciclagem. O interesse dos clientes pela destinação dos resíduos tem aumentado muito”, diz. Para comprovar a seriedade do trabalho, buscou certificações de qualidade, que o autorizam a transportar e armazenar materiais delicados, como medicamentos e cosméticos. A Autlog angariou 18 clientes em quase dois anos e faturou R$ 20 milhões em 2011. “Fidelizo esse público porque resolvo problemas e gero economia. A relação de longo prazo com os clientes só se concretiza com um planejamento operacional impecável.” Abrunhoza tem uma dica para futuros empreendedores: garantir um bom capital de giro antes de começar. “A empresa leva de 30 a 60 dias para receber pagamentos. Então é preciso ter, no mínimo, o equivalente a um faturamento mensal guardado para se manter.”
ESTRUTURA: R$ 130.000 (armazém de 500 m², empilhadeira, pallets, 5 computadores, impressora com scanner e telefonia)
CAPITAL DE GIRO: R$ 100.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000
FUNCIONÁRIOS: 9 (1 descarregador, 1 cadastrador de itens, 1 organizador de armazém, 2 separadores de pedido, 1 conferente, 2 planejadores de transportes e 1 porteiro/vigia)
PRAZO DE RETORNO: 36 meses (para margem de lucro de 5%)
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R$ 320.000
13. INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
De olho no ranking geral de reclamações recebidas pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), André Botelho, 34 anos, percebeu que as operadoras de telefonia estavam sempre em má situação. “O atendimento pós-venda era o ponto mais contestado”, diz. Ele aproveitou sua experiência com TI para criar no Rio de Janeiro a LINK SOLUTION e oferecer soluções a clientes insatisfeitos com suas operadoras. No começo, a empresa oferecia um sistema on-line, com atendimento personalizado, para o usuário controlar seus gastos com telefone móvel e fixo e com pacotes de dados. Em 2008, um cliente pediu que a Link Solution auditasse seu fornecedor de serviços de internet e de telecomunicações. Ao ver o resultado, solicitou que a empresa assumisse a função. A partir daí, Botelho adicionou mais uma atividade a seu portfólio: instalação de infraestrutura de telecomunicações e internet para eventos, incluindo a configuração de equipamentos de rede interna. A Link Solution faturou R$ 8 milhões em 2011 e, de olho na Copa de 2014 e nas Olimpíadas em 2016, firmou contratos com a Arena Olímpica e com o centro de convenções Riocentro. O plano é ser o principal fornecedor de acesso à internet e de telefonia nesses eventos. O primeiro passo para se capacitar já foi dado: um investimento de R$ 400 mil na mudança da tecnologia de Wi-Fi no Riocentro, para ampliar o acesso de 1.500 para dez mil pessoas.
ESTRUTURA: R$ 120.000 (mobiliário, computadores, equipamentos de rede e de comunicação)
CAPITAL DE GIRO: R$ 200.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 120.000
FUNCIONÁRIOS: 5 (1 na área de atendimento, 1 técnico, 2 na área comercial/vendas e 1 na de administrativo/financeiro)
PRAZO DE RETORNO: 18 meses
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R$ 1.500.000
14. DESCARTÁVEIS BIODEGRADÁVEIS
Os brasileiros produzem 260 toneladas de lixo por dia, das quais menos de duas vão para unidades de compostagem e viram resíduos orgânicos, segundo o IBGE. Incomodado com isso, o engenheiro Cláudio Rocha Bastos, 62 anos, pesquisou um modo de fabricar embalagens biodegradáveis com matérias-primas renováveis. Chegou à ideia de usar fécula de mandioca para fazer um polímero de amido e usá-lo em copos e bandejas descartáveis no lugar do isopor. Após quatro anos de pesquisas, procurou o BNDES, que em 2007 aportou capital e virou sócio da sua empresa, a CBPAK. Como o material é mais caro que o isopor, buscou clientes entre as empresas que valorizam produtos sustentáveis. “Os copos são usados pelas diretorias das corporações e por redes como o Sesc.” As bandejas atraem produtores de orgânicos e empresas de catering aéreo. A CBPAK foi procurada pela Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro e pela Fifa, que buscam fornecedores “verdes” para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Diante do potencial com os dois eventos, Bastos abriu uma fábrica no Rio de Janeiro e investiu R$ 4 milhões em novas máquinas, com estimativa de faturamento de R$ 4 milhões em 2012 e R$ 15 milhões em 2014.
ESTRUTURA: R$ 1,45 milhão (desenvolvimento e maquinário)
CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 165.000 após o início da produção (para chegar a isso, a empresa investiu R$ 5 milhões em maquinário maior)
FUNCIONÁRIOS: 5 (3 na equipe de desenvolvimento e 2 na produção)
PRAZO DE RETORNO: de 48 a 60 meses
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R$ 300.000
15. VIAGENS PARA A NEVE
O gosto por viagens do gaúcho Cristiano Simões virou negócio cedo: aos 19 anos, abriu uma agência de turismo. Começou organizando excursões de estudantes para destinos como Porto Seguro (BA) e Bariloche (Argentina). “Com o tempo, vi que ser generalista não tinha futuro, era preciso me especializar”, diz. Vendeu a participação e se associou ao grupo de turismo S7, onde encontrou dois sócios esquiadores: Beto Valle, 59 anos, e Sandro Saltz, 38, que, como Simões, também pratica snowboard. Em 2003, uniram-se para abrir uma agência e colocar turistas brasileiros na maior gelada, literalmente. O POINT DA NEVE leva esportistas para esquiar e praticar snowboard, curiosos para aprender esportes do gelo e hedonistas para relaxar em resorts em regiões onde neva. No começo, ofereciam os pacotes a operadoras. Insatisfeitos com a baixa margem de lucro, em 2008 decidiram tratar com o consumidor final. Assim, podem customizar pacotes e flexibilizar os custos para atender também à classe C. A empresa de Porto Alegre faturou R$ 4,5 milhões em 2011.
ESTRUTURA: R$ 150.000 (escritório, computadores, telefonia, internet banda larga e desenvolvimento do site)
CAPITAL DE GIRO: R$ 150.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000
FUNCIONÁRIOS: 4 (3 vendedores e 1 na área administrativa)
PRAZO DE RETORNO: 48 meses
DIVERSÃO E TURISMO
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R$ 594.000
16. SITE DE DESCONTOS EM RESTAURANTES PREMIUM
O brasileiro Stefan Schimenes, 25 anos, e o fundo de investimentos internacional Springstar encontraram um terreno ainda inexplorado na área de compras coletivas: o de restaurantes premium. “O Brasil é um dos principais mercados, pelo crescimento da gastronomia”, diz Schimenes. O site GOURMEO foi desenvolvido pela incubadora do fundo na Alemanha e lançado em 2011. O negócio segue o padrão de oferecer descontos para aumentar a ocupação dos salões no meio da semana, quando o movimento é menor. O diferencial está no poder de escolha do cliente, que não precisa se limitar a um prato colocado em oferta. Após pagar uma taxa de R$ 10 ao Gourmeo, ele ganha um abate automático de 30% na conta, válido para tudo o que está no cardápio. “O número de reservas tem dobrado a cada mês”, diz Schimenes. Em cinco meses, a empresa criada em São Paulo formou uma rede de 90 restaurantes cadastrados na cidade. Em 2012, o grupo quer chegar a 200 e expandir o serviço para Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. A previsão é de um faturamento de R$ 1,2 milhão em 2012. A expansão por países latino-americanos está nos planos.
ESTRUTURA: R$ 94.000 (escritório com 8 computadores e infraestrutura de tecnologia da informação, telefonia e internet)
CAPITAL DE GIRO: R$ 500.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 70.000
FUNCIONÁRIOS: 6 (1 gerente de marketing, 1 estagiária de marketing, 2 vendedores, 1 gerente de vendas e 1 profissional na área administrativa/financeira)
PRAZO DE RETORNO: 24 meses
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R$ 1.500.000
17. QUIOSQUE EM FACULDADES PARA VENDA DE INGRESSOS
Durante boa parte do curso de arquitetura, Marco Antônio Affonseca, 33 anos, foi presidente do centro acadêmico. Aprendeu a organizar eventos para os colegas, como festas e cruzeiros. Depois de formado, quis achar uma maneira de conti¬nuar trabalhando com entretenimento. “Passei três anos pensando em algo que facilitasse o acesso à cultura”, diz. Dessa pesquisa surgiu a COLAKI, uma maneira de furar as longas filas para comprar ingressos para espetáculos — mas sem causar tumulto. A empresa instala quiosques dentro das faculdades, onde os alunos podem comprar os tíquetes, que são impressos no local. Os primeiros pontos de venda estrearam no começo do ano passado, em duas faculdades paulistanas. Em dois meses, foram comercializadas 25 mil entradas para shows como os de Justin Bieber, Katy Perry e Red Hot Chilli Peppers, além de peças de teatro. A empresa faturou R$ 6 milhões em 2011 e começa a explorar outras áreas. “Fizemos parceria com os sites Group On e Melhor da Vida para oferecer mais serviços de lazer, e agora estamos falando com agências de viagem”, afirma Affonseca. Com o modelo testado e aprovado, a Colaki planeja ter dez quiosques em São Paulo até abril. Quer fortalecer a marca na cidade para então explorar o interior do estado e partir para outras capitais. O segredo para trabalhar com jovens, segundo o empresário, é criar sempre ações novas que os mantenham interessados. “Já instalei tablets para checarem ofertas, fiz sorteios e até competições de videogame para atrair os alunos até o quiosque”, diz.
ESTRUTURA: R$ 1 milhão (projeto e montagem dos quiosques, com pontos de internet, iluminação, computadores, impressoras de ingresso e TV de plasma)
CAPITAL DE GIRO: R$ 500.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 500.000
FUNCIONÁRIOS: 4 (1 na área de criação, 1 na de redação, 1 na de planejamento e 1 na de atendimento)
PRAZO DE RETORNO: 18 meses
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R$ 2.200.000
18. CARTÃO PRÉ-PAGO DE ENTRETENIMENTO
O Brasil é o terceiro país que mais movimenta dinheiro por meio de cartões pré-pagos em todo o mundo, segundo o Prepaid International Forum, instituição que representa esse setor. A ferramenta é muito popular para recarregar celulares, receber vales-alimentação e embarcar em meios de transporte público. Mas pode ser usada para fins mais divertidos, aposta Eduardo Almeida, 41 anos. Ele idealizou, em 2006, um modelo com créditos para comprar músicas na internet. Em três anos, vendeu mais de cinco milhões de cartões, e os consumidores começaram a pedir que eles pudessem ser usados para comprar jogos, filmes e revistas digitais. Ele e o sócio repensaram o modelo e chegaram ao conceito do PEELA, um pré-pago para gastos com entretenimento em lojas associadas, lançado no ano passado. “Queremos vender diversão para quem não tem cartão de crédito, mas quer consumir na internet”, diz. Os sócios passaram um ano bancando o desenvolvimento da ideia até receber capital de um investidor. A principal fonte de receita é uma comissão sobre as vendas, cujo percentual não é divulgado. A empresa paulistana faturou R$ 3,7 milhões em 2011 e agora olha para outros mercados, como o de educação. “Escolas de cursos rápidos nos procuraram e quiseram entrar também”, diz. Neste ano, a estratégia é avançar fortemente no varejo com gift cards (cartões de presente). Ao ser distribuído fisicamente no varejo, o modelo abre um novo canal de vendas para lojas virtuais. “É publicidade pura com possibilidade de venda imediata”, afirma o empresário. Na primeira parceria, em novembro passado, o Peela distribuiu 15 mil cartões em uma rede de varejo.
ESTRUTURA: R$ 1 milhão (desenvolvimento da plataforma e infraestrutura tecnológica) CAPITAL DE GIRO: R$ 1,2 milhão
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 310.000
FUNCIONÁRIOS: 10 (3 profissionais na área de TI, 3 na de vendas, 1 na de marketing, 1 na de operações, 1 na de criação e 1 na financeira/administrativa)
PRAZO DE RETORNO: 24 meses
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