Por Bruna Martins Fontes
R$ 530.000
19. CHIPS PARA SISTEMAS DE ECONOMIA DE ENERGIA
Economizar energia é um dos mantras da economia sustentável. O empreendedor Tiago Sampaio Lins, 30 anos, foi mais fundo na questão e chegou ao nível dos chips — mais especificamente os que comandam carregadores solares para celulares, tablets e notebooks. Ele e sua sócia, Marília Lima, 35 anos, criaram a SILICONREEF em 2008 e desenvolveram o microchip EH01, que tem como tarefa gerenciar o processo de captação de energia solar de modo mais eficiente e armazená-la para ser usada depois. Para isso, configura o painel do aparelho de modo que funcione da melhor maneira conforme a luminosidade disponível. Assim, o sistema sempre usa sua capacidade máxima de produzir eletricidade. A invenção também pode ser usada em outras fontes renováveis de energia e em sistemas sem fio. Para chegar a essa solução, a dupla se beneficiou de um programa do governo federal de incentivo na área de microeletrônica, o CI Brasil, e passou pela incubadora C.E.S.A.R., no Recife. Após três anos de pesquisa e levantamento de fundos, a SiliconReef se prepara para lançar o chip no segundo semestre deste ano. A previsão é faturar R$ 1 milhão em 2012. “Buscar fontes alternativas de energia mais eficientes é uma tendência no mundo, então o produto também é focado no mercado internacional.” Por falta de fabricantes que dominem a tecnologia, o EH01 é fabricado na Alemanha.
ESTRUTURA: R$ 500.000 (escritório, softwares para o projeto e pagamento por uso de laboratório de terceiros, desenvolvimento e lançamento)
CAPITAL DE GIRO: R$ 30.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 (após o lançamento do produto)
FUNCIONÁRIOS: 4 (3 em pesquisa e desenvolvimento e 1 em gestão e vendas)
PRAZO DE RETORNO: 48 meses
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Quando atuava no Greenpeace, o biólogo André Baptista, 26 anos, se incomodava ao ouvir um comentário frequente: não adianta pregar o que não é bom fazer, sem oferecer alternativas viáveis. “É importante subsidiar a mudança”, afirma. Esse é o motor da ECOGREENS, empresa que abriu em 2010, em São Paulo, com o sócio Marcelo Araújo, 35 anos, para dar consultoria sobre ações sustentáveis e desenvolver produtos e soluções verdes. O primeiro projeto foi uma bicicleta em que as pedaladas geram energia. Eles desenvolveram e fabricaram a magrela, usada para alimentar a roda-gigante do festival SWU no ano passado. A bike especial também foi ao Rock in Rio, acompanhada de uma ecopista de dança que gera energia a partir dos passos e pulos do público na superfície. Para trazê-la ao Brasil, a Ecogreens fez uma parceria com uma fabricante holandesa. Após faturar R$ 500 mil em 2011, a empresa aposta nessa união para aumentar o leque de opções para os clientes e crescer em 2012. Segundo Baptista, participar de grandes eventos trouxe a visibilidade que ele desejava. “Passamos a ser propositivos, e não apenas reativos”, diz. Agora, a tarefa da dupla é criar produtos que possam ser usados no dia a dia. “Esse primeiro ano foi muito importante para percebermos que dá para trazer a questão ambiental para o cotidiano de modo lúdico, interativo”, afirma o empreendedor.
ESTRUTURA: R$ 750.000 (computadores, impressoras, telefonia, kit básico da pista, placas solares, ecobikes, escritório e depósito)
CAPITAL DE GIRO: R$ 180.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 40.000
FUNCIONÁRIOS: 5 (1 na área administrativa/financeira, 1 na de vendas, 1 na de comunicação e marketing, 1 na de produção, logística e infraestrutura e 1 gerente geral)
PRAZO DE RETORNO: 30 meses
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A quantidade de madeira usada na produção de grandes eventos pesava na consciência do cenógrafo Marcelo Checon, 34 anos. Ele decidiu que sua produtora, a M. CHECON, seria uma empresa mais correta ecologicamente. O primeiro passo foi usar madeira reflorestada em todas as estruturas. Depois, tirar a certificação Carbon Clean para neutralizar as emissões de gases poluentes. No ano passado, plantou três mil árvores em torno do Rodoanel, em São Paulo, para compensar as 429 toneladas de gases emitidos até outubro. A iniciativa o ajudou a captar trabalhos ainda maiores, como a cenografia do Rock in Rio. “Ter o selo facilitou na hora de fechar o negócio, pois o evento foi idealizado para ser 100% sustentável, com as emissões de CO² neutralizadas”, afirma. Ser sustentável é mais caro – a madeira certificada, por exemplo, custa até 18% mais que a tradicional. Mas a produtora dilui o custo ampliando a carteira de clientes. “Fecho a quantidade de emissões no ano e divido o valor entre os eventos. No ano passado, fiz mais de 200. Se cada um me pagar R$ 20, a conta já fecha”, diz. Checon planeja crescer 5% neste ano. “Até 2016, vamos aproveitar a realização de grandes festivais e feiras no Brasil.” A empresa, fundada em 2005 em Osasco (SP), faturou R$ 30 milhões em 2011. O único obstáculo à expansão é a falta de mão de obra qualificada. “Tenho 190 funcionários e 300 terceirizados, mas deixo de fechar negócios por não ter profissionais”, afirma.
ESTRUTURA: R$ 200.000 (máquinas de corte, ferramentas, serras, material e galpão)
CAPITAL DE GIRO: R$ 1 milhão
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000
FUNCIONÁRIOS: 6 (1 profissional na área financeira, 2 na de criação, 1 no almoxarifado, 1 na de orçamento e 1 produtor)
PRAZO de RETORNO: 36 meses
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Os franqueados da rede de ensino profissionalizante Prepara Cursos notaram um movimento diferente em suas salas de aula no ano passado. Muitos alunos vinham de cidades menores, onde não havia oferta de cursos técnicos de curta duração. “Um dos gestores me perguntou se poderia abrir uma unidade em um município pequeno, e deu certo”, diz Rogério Gabriel, presidente da empresa fundada em 2004. A partir daí, a rede de São José do Rio Preto (SP) inaugurou no ano passado o formato PREPARA EXPRESS, com menos funcionários e computadores, e em imóveis menores, adequados para cidades com menos de 20 mil habitantes. “Só precisamos de uma sala com um educador para supervisão, porque cada aluno faz seu curso individualmente, no computador”, diz. Assim, a escola não depende de um quorum mínimo para fechar turmas — a incerteza sobre a demanda é a maior ameaça fora de grandes centros. Em 80 dias, foram fechados 21 contratos nesse modelo. O novo formato deve faturar R$ 9,8 milhões em 2012 e chegar a 1.300 municípios com mais de cinco mil habitantes em cinco anos.
UNIDADES PRÓPRIAS: 0
FRANQUIAS: 24
FATURAMENTO DA REDE: R$ 9,8 milhões (estimativa para o formato Express em 2012)
FUNDAÇÃO: 2011
INVESTIMENTO INICIAL: R$ 35.000
CAPITAL DE GIRO: R$ 5.000
TAXA DE FRANQUIA: R$ 15.000
TAXA DE ROYALTIES: R$ 100
TAXA DE PUBLICIDADE: R$ 20
FATURAMENTO MENSAL: até R$ 15.000
LUCRO MÉDIO MENSAL: 30% do faturamento
PRAZO DE RETORNO: 16 meses
FUNCIONÁRIOS: 3 (1 gerente, 1 secretária e 1 educador)
ÁREA DA UNIDADE: 60 m²
PRAZO DE CONTRATO: 60 meses
ASSOCIADA À ABF: Sim
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R$ 100.000
23. TREINAMENTO DE BABÁS E PRESTADORES DE SERVIÇOS
Dividir as tarefas de mãe e de profissional não era fácil para a paulistana Vanessa Monho dos Santos, 34 anos, sem a ajuda de uma babá. Ao dividir a aflição com uma amiga, identificou um nicho de mercado compatível com sua experiência em atendimento ao cliente: treinar essas profissionais para ter uma boa relação com as patroas. Com a sócia Maria Elizabeth Ribeiro, 58 anos, criou em São Paulo a AMARELO. O ponto de partida foi oferecer cursos de cuidados básicos com as crianças e dicas para as babás se portarem bem. Em pacotes de aulas que custam de R$ 600 a R$ 1.500 por pessoa, elas aprendem a contornar situações delicadas, como lidar com o ciúme que as mães têm dos filhos. Ao fazer uma pesquisa com as mães, as sócias descobriram que elas preferiam o treinamento comportamental, o que permitiu aprimorar esse aspecto do curso. Com a especialização veio uma nova ideia: treinar outros prestadores de serviço, como entregadores. “Muitos precisam vencer a timidez e se apresentar de maneira que cause boa impressão no cliente, para fidelizá-lo”, diz. É esse nicho que a Amarelo vai explorar neste ano, apostando no crescimento pela falta de concorrência. A estimativa é de um faturamento de R$ 600 mil. Mas o pioneirismo também dá trabalho. “No começo é difícil convencer o cliente de que ele precisa do serviço. Isso requer muita experiência na área comercial.”
ESTRUTURA: R$ 50.000 (escritório, computadores, telefonia e desenvolvimento do site e da rede interna)
CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 7.000 (apenas com o serviço de babás)
FUNCIONÁRIOS: 7 (5 enfermeiras, 1 auxiliar administrativo e 1 psicóloga)
PRAZO DE RETORNO: 18 meses
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O professor de física Marco Fisbhen, 32 anos, achava maçantes os textos e animações usados na educação a distância. “O que o jovem adora na internet é vídeo”, afirma. Fisbhen criou em 2010, no Rio de Janeiro, o DESCOMPLICA. O site reúne o conteúdo do ensino médio em dois mil vídeos de cinco minutos, disponíveis por R$ 19,90 mensais — para as classes C e D, há planos a partir de R$ 1,90. Fisbhen fez contato com o Gávea Angels, que se tornou o primeiro investidor, e montou uma pequena produtora. O site foi ao ar em março de 2011, e a média de 100 mil acessos por mês chamou a atenção da Natura, que patrocinou a preparação para o Enem dando acesso grátis ao site. Assim, o Descomplica chegou a 2 milhões de vídeos distribuídos e faturou R$ 500 mil em 2011.
ESTRUTURA: R$ 230.000 (equipamentos de gravação, pagamento de servidores, produção de vídeos, ferramentas para o site e publicidade)
CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000
FUNCIONÁRIOS: 7 (1 na produção, 1 gerente de TI, 4 editores, e 1 cinegrafista)
PRAZO DE RETORNO: 24 meses
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Atender a classe C já estava nos planos do médico Edson Ramuth, 50 anos, quando trocou o papel de cirurgião plástico pelo de empresário. O ano era 1987, e ele fundou em São Paulo o Grupo MultiFranquias. “A classe C quer produtos de qualidade, atendimento diferenciado e preço justo. Preferi concentrar meu lucro no volume de pessoas atendidas a apostar no preço gasto em cada compra”, diz. O grupo todo reúne cinco microfranquias — unidades com investimento inicial de até R$ 50 mil — e faturou R$ 50 milhões no ano passado. Atento aos hábitos de consumo da população, Ramuth lançou em 2010 o salão de beleza MISS HOLLYWOOD, com decoração temática e a promessa de transformar clientes em astros de cinema. Focado na classe C, o espaço oferece quatro pacotes — Bronze, Prata, Ouro e Diamante — que permitem ao cliente pagar um preço fixo por seis meses e determinar o número de tratamentos que deseja realizar por semana. A rede oferece serviços de manicure, pedicure, depilação, bronzeamento, estética facial e escova. “Esse método fidelizou os clientes. Por seis meses, eles usufruem dos serviços que quiserem”, diz.
UNIDADES PRÓPRIAS: 2
FRANQUIAS: 15
FATURAMENTO Do grupo: R$ 50 milhões
FUNDAÇÃO: 2010
INVESTIMENTO INICIAL: R$ 24.500
CAPITAL DE GIRO: de R$ 7.500 a R$ 9.500
TAXA DE FRANQUIA: não cobra
TAXA DE ROYALTIES: 9,97% do faturamento bruto
TAXA DE PUBLICIDADE: não cobra
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 20.000
LUCRO MÉDIO MENSAL: 20% do faturamento
PRAZO DE RETORNO: de 6 a 12 meses
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 4
ÁREA DA UNIDADE: 50 m²
PRAZO DE CONTRATO: 60 meses
ASSOCIADA À ABF: Sim
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Nas viagens de férias para descansar do dia a dia estressante do mercado financeiro, Gustavo Albanesi, 30 anos, costumava relaxar em spas. De volta a São Paulo, porém, não achava um lugar onde pudesse passar apenas algumas horas sem se preocupar com nada. “Não existia ainda o conceito de day spa, com terapias variadas e almoço e lanches incluídos”, lembra. Ele e o sócio, Jayme Santos, 58 anos, idealizaram em 2001 o BUDDHA SPA. Para se diferenciar de centros de shiatsu e spas de longa duração, criaram um centro de imersão com terapias indianas, massagens modeladoras, pacotes para casais e dia da noiva. O público para esse modelo de negócio está em grandes centros. Em cidades médias, a correria é menor — e o público, também. Entre os clientes das classes A e B, de 28 a 55 anos, as mulheres representam 60%, mas a fatia masculina vem crescendo. E o negócio também, tanto que virou franquia em 2010. “Dobramos de tamanho em 2011 e a meta é abrir de oito a doze unidades por ano.” A rede faturou R$ 4,5 milhões em 2011.
UNIDADES PRÓPRIAS: 6
FRANQUIAS: 8
FATURAMENTO DA REDE: R$ 4,5 milhões
FUNDAÇÃO: 2001
INVESTIMENTO INICIAL: de R$ 80.000 a R$ 200.000
CAPITAL DE GIRO: de R$ 10.000 a R$ 50.000
TAXA DE FRANQUIA: R$ 50.000
TAXA DE ROYALTIES: 6%
TAXA DE PUBLICIDADE: 2%
FATURAMENTO MENSAL: de R$ 30.000 a R$ 80.000
LUCRO MÉDIO MENSAL: de 20% a 25% do faturamento bruto
PRAZO DE RETORNO: de 18 a 36 meses
FUNCIONÁRIOS: 6 a 12 (recepção, terapeutas e limpeza)
ÁREA DA UNIDADE: de 90 m² a 300 m²
PRAZO DE CONTRATO: 60 meses
ASSOCIADA À ABF: Sim
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R$ 320.000
27. MANICURE E DEPILAÇÃO SOFISTICADAS
Um dos passatempos de Luciane Chelegão, 40 anos, é ir ao salão de beleza — tanto que perdeu a conta de quantos conheceu. Ainda assim, achava que faltava um lugar aconchegante para fazer as unhas e se depilar sem o vaivém típico desses estabelecimentos. O desejo virou uma ideia de negócio cultivada por dois anos, enquanto estudava o mercado e fazia cursos. Concluiu que o segredo era fazer as clientes se sentirem mimadas ao aproveitar uma pausa no trabalho para retocar as unhas. Apostou em luxos como a decoração provençal, com louça de ágata para afundar os pés em sais de vinho, e em um painel com dois mil esmaltes, 400 deles importados, para matar o desejo de quem não tem coragem de pagar R$ 100 por um vidrinho. O ponto foi difícil de achar, pois ela queria montar um salão no centro do público corporativo. Luciane abriu as portas da LILAC NAILS no começo do ano passado, em São Paulo, e em dez meses conquistou mais de três mil clientes, atendidas das 8h às 20h durante a semana — 60% delas trabalham nas redondezas. Os esmaltes fazem sucesso, mas a depilação, que responde por 20% de seu faturamento de R$ 1 milhão (projeção para 2012), é mais rentável.
ESTRUTURA: R$ 300.000 (salão reformado, mobiliário e equipamentos para 13 manicures, 4 salas para depilação e estoque de esmaltes)
CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 50.000
FUNCIONÁRIOS: 11 (9 manicures e 2 depiladoras)
PRAZO DE RETORNO: 18 meses
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R$ 1.150.000
28. NANOCOMPOSTOS PARA COSMÉTICOS
Foi durante o mestrado em farmácia que Cândice Felippi, 29 anos, e sua colega Renata Raffin, 31 anos, perceberam que misturar pesquisa de ponta com a tendência de expansão do mercado de cosméticos daria um bom negócio. “Decidimos criar matérias-primas tecnológicas para essa indústria”, diz Cândice. Suas orientadoras gostaram do projeto e viraram sócias da INVENTIVA. Na empresa, criada em 2008 em Porto Alegre, as quatro encapsulam óleos vegetais e vitaminas e os reduzem à escala nanométrica para que penetrem na pele. O primeiro ano foi dedicado a testes. Em 2009, lançaram o primeiro produto, mas as vendas só vieram em 2010. Isso porque as indústrias também testam os insumos antes de comprá-los. Hoje, a fábrica de 300 m² fornece para 20 companhias. Em 2012, deve faturar R$ 500 mil.
ESTRUTURA: R$ 900.000 (máquinas e equipamentos, aluguel e custos fixos da fábrica, computadores, participação em feiras, testes clínicos e assessoria de marketing e jurídica)
CAPITAL DE GIRO: R$ 250.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 (a partir do segundo ano, pois o primeiro é dedicado a testes)
FUNCIONÁRIOS: 4 (1 especialista em nanotecnologia, 1 administrador, 1 farmacêutica e 1 funcionário para limpeza)
PRAZO DE RETORNO: 48 meses
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R$ 179.000
29. FRANQUIA DE CALÇADOS PARA AS CLASSES C E D
Há três gerações, os sapatos são o ganha-pão da família de Luiz Francisco Salles Pinto, 31 anos. O pai transformou em loja a oficina de sapateiro do avô. “Ele criou uma rede de varejo de calçados populares, onde trabalhei desde cedo”, diz. Lá, aprendeu a organizar o estoque e a supervisionar a loja, e começou a pensar em ideias para também deixar sua marca. A principal era fazer uma franquia de varejo popular. O projeto ganhou corpo em 2005, quando seu pai se aposentou e ofereceu a ele três pontos de venda. Pesquisando o mercado, encontrou poucas franquias de calçados, todas voltadas para as classes A e B. “Não havia nada casual ou mais barato. Sabia que dava para oferecer um produto de qualidade por preço menor”, afirma. Esse foi o ponto de partida para a SHOESHOP, rede de lojas de calçados com layout de butique e preços acessíveis às classes C e D. A franquia foi inaugurada em 2011 e começou a explorar o território deixado de lado por concorrentes: lojas de rua, shoppings populares e centros comerciais. Em 2011, a rede criada em São Paulo faturou R$ 6,5 milhões. Por enquanto, tem oito lojas próprias, mas quer chegar a 15.
UNIDADES PRÓPRIAS: 8
FRANQUIAS: 1
FATURAMENTO DA REDE: R$ 6,5 milhões
FUNDAÇÃO: 2011
INVESTIMENTO INICIAL: R$ 115.000
CAPITAL DE GIRO: R$ 35.000
TAXA DE FRANQUIA: R$ 29.000
TAXA DE ROYALTIES: 17%
TAXA DE PUBLICIDADE: 3% do faturamento
FATURAMENTO MENSAL: R$ 80.000
LUCRO MÉDIO MENSAL: de 10% a 20% do faturamento
PRAZO DE RETORNO: de 19 a 25 meses
FUNCIONÁRIOS: de 4 a 8 (vendedores)
ÁREA DA UNIDADE: a partir de 30 m²
PRAZO DE CONTRATO: 5 anos
ASSOCIADA À ABF: sim
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R$ 300.000
30. CAMISARIA ON-LINE
Em meio a uma temporada de trabalho intenso, Jader Ganzarolli, 32 anos, precisava comprar uma camisa nova, mas não conseguia sair do escritório a tempo de encontrar as lojas abertas. A saída foi encomendá-la na internet — mas não ficou satisfeito com o único site que encontrou. “A forma de montar a camisa era estranha, e foi muito ruim escolher o tecido por meio de um código”, diz. A experiência o inspirou a se debruçar sobre o plano de negócios da EMPORIO AVANT GARDE com mais dois sócios, em São Paulo. O site foi lançado em 2011, reforçado com um vídeo que explica ao internauta como montar a peça e dar seu toque a todos os detalhes, como o tipo de gola e de punho e a aplicação de monograma. Cada camisa custa de R$ 149 a R$ 309. Das 375 comercializadas por mês, a mais básica é a preferida. “Esperava vender mais para São Paulo, mas a demanda foi maior em outros estados.” O empresário afirma que muitos dos novos clientes chegam a ele por indicação. Sua tática para fidelizá-los é fazer uma bela apresentação do produto, embalado com folha de seda em uma caixa rígida com fita de cetim e lacre de cera. Com a estratégia, estima um faturamento de R$ 1,2 milhão em 2012. Mas Ganzarolli não aposta apenas nas vendas virtuais. Solidário aos executivos sem tempo, resolveu enviar representantes de vendas às empresas para tirar medidas e registrar os pedidos. Neste ano, quer explorar dois novos canais de venda: o Facebook e os quiosques de shopping centers.
ESTRUTURA: R$ 250.000 (escritório, computadores, telefonia, desenvolvimento do site, estoque de tecidos e de embalagens, e oficina de costura)
CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 45.000
FUNCIONÁRIOS: 5 (1 modelista, 1 cortador, 1 costureira, 1 profissional para fazer acabamentos e 1 para a área de atendimento, suporte e vendas)
PRAZO DE RETORNO: 24 meses
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Em 2008, o casal José Paulo e Giovanna Motta foi pioneiro no comércio eletrônico de moda feminina no Brasil com o e-closet. Dois anos depois, veio a ideia de replicar o modelo em outra escala: o E-CLOSET KIDS, uma loja virtual para crianças, especializada em marcas fashion para os pequenos. “Muitos sites para esse público vendem de tudo, de fralda a vestido. Decidimos nos especializar em vestuário porque vimos que o mercado era inexplorado”, afirma José Paulo. A empresa nasceu enxuta, compartilhando o estoque e a logística de entrega da irmã mais velha. Para compor o catálogo, os sócios garimpam novas marcas nas lojas, vão a feiras e ficam de olho nas tendências — o que inclui conviver com as mães para saber o que elas querem. A loja tem três mil clientes cadastrados, recebe uma média diária de 20 pedidos e faturou R$ 2 milhões em 2011. Segundo José Paulo, a chave para vender bem é se diferenciar no atendimento e na entrega. “Escolhemos embalagens premium e mandamos balinhas na sacola. Mas isso não basta: o atendimento tem de ser muito claro e atencioso. Só assim o cliente volta.” A demanda maior vem de São Paulo, mas ele vê boas oportunidades em cidades menores, onde as lojas físicas não concorrem com seu catálogo descolado.
ESTRUTURA: R$ 220.000 (escritório, computadores, impressoras, desenvolvimento do site e do comércio eletrônico, estoque, embalagens e transportadora)
CAPITAL DE GIRO: R$ 300.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 50.000
FUNCIONÁRIOS: 8 (1 profissional na área de atendimento, 1 na financeira, 1 na de compras, 1 na de marketing, 1 na de risco, 1 na de logística, 1 no estoque e 1 na de produção)
PRAZO DE RETORNO: 7 meses
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Após abrir negócios variados na internet desde os 14 anos, o empresário Olivier Grinda, 26 anos, voltou a analisar o mercado — especialmente o de acessórios de moda, em ascensão no comércio eletrônico. E foi do armário da namorada que ele tirou a inspiração para uma nova empreitada em São Paulo. Espantado com a quantidade de sapatos, percebeu que havia achado o produto ideal para chamar a atenção das mulheres. Só mudou a fórmula: em vez de vender calçados, ele criou um modelo em que as clientes pagam uma assinatura de R$ 120 para receber um par por mês e depois trocá-lo por outro. Quem não se contentar com o aluguel tem a opção de comprar o produto. Após um aporte de grandes investidores, o site da SHOES 4 YOU estreou em setembro do ano passado, com a meta de atingir, neste ano, 50 mil clientes e um faturamento de R$ 6 milhões. A tática para cativar as mulheres é fazer o serviço completo. Uma equipe de três estilistas desenvolve uma coleção de sandálias e sapatos a cada mês e escolhe os modelos para as assinantes, de acordo com seu perfil. “A cliente tem cada vez menos tempo disponível, por isso valoriza a conveniência”, afirma Grinda.
ESTRUTURA: R$ 530.000 (escritório, computadores, desenvolvimento do site, estoque e ações de marketing)
CAPITAL DE GIRO: R$ 450.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 40.000
FUNCIONÁRIOS: 3 (1 na área de operações, 1 na de marketing e 1 na de finanças)
PRAZO DE RETORNO: 48 meses
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Usar a tecnologia para resolver problemas do dia a dia, em qualquer área, em qualquer empresa. Os amigos Arthur Lima, Eduardo Silva e Daniel Dias, de São Paulo, sempre gostaram de brincar com essa ideia. Ainda em seus respectivos empregos, todos na área de TI, eles se propunham desafios-relâmpago, que resultavam em projetos a serem desenvolvidos e finalizados em um fim de semana. O trio tomou gosto pelo passatempo e resolveu abrir uma empresa, a JUREMA, em 2010. Sua missão é ouvir as ideias e as necessidades dos clientes e, com isso, conceber e desenvolver serviços baseados em um software, site ou aplicativo. O primeiro cliente foi um escritório de arquitetura que queria fazer um showroom para internet e iPad; o mais recente é um grupo de médicos que precisam digitalizar o processo de gestão de pequenas clínicas. A Jurema também é procurada por agências de publicidade para fazer eventos promocionais. A empresa tem hoje nove funcionários, e quer duplicar essa equipe para triplicar o faturamento neste ano — no ano passado, faturou R$ 1 milhão. A ideia é crescer a reboque do aquecimento da atividade empreendedora no país. “Tem muito mercado para ajudarmos essas start¬ups”, diz Lima. “No primeiro ano, o desafio é se provar capaz de desenvolver soluções, porque o mercado ainda não conhece a empresa. As coisas só começam a andar quando você mostra capacidade de entrega. Os exercícios de fim de semana, que começaram como brincadeira, ajudaram bastante.”
ESTRUTURA: R$ 19.200 (computadores, uso de escritório compartilhado e desenvolvimento do site)
CAPITAL DE GIRO: R$ 204.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 16.000
FUNCIONÁRIOS: 1 (desenvolvedor de software)
PRAZO DE RETORNO: 15 meses
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R$ 600.000
34. SUPORTE PARA DESENVOLVEDORES DE APLICATIVOS
Como um produto caseiro, vendido por centavos, pode fazer uma empresa sem escritório e com centenas de colaboradores faturar milhões? Esse é o desafio que Bob Wollheim, 49 anos, encarou no mundo novo da “economia geek”, movida pela interação de desenvolvedores de softwares e aplicativos com empresas de tecnologia. “Quero profissionalizar o desenvolvedor que hoje faz aplicativos em casa, por lazer, mas não consegue transformar isso em negócio”, diz. Para isso, fundou no ano passado, em São Paulo, a APPIES. Wollheim pretende reunir de cem a duzentos desenvolvedores por ano, ajudá-los a transformar ideias em aplicativos e vendê-los a operadoras de telefonia e lojas como Apple Store e Android Market. Os criadores trabalharão em casa, conectados por uma plataforma on-line. A Appies oferece a eles serviços como consultoria, divulgação e tradução de seu produto para inglês e espanhol. “A rede também é usada para colaboração: se o aplicativo não tem um bom design, vemos quem pode ajudar nesse quesito”, diz. Em troca, a Appies fica com 15% a 25% da receita do desenvolvedor. Cada aplicativo custa centavos para as lojas, mas, de grão em grão, Wollheim quer faturar R$ 8 milhões em 2014. Ele não vê fronteiras: seu plano é plugar dez mil desenvolvedores do mundo todo em três anos.
ESTRUTURA: R$ 500.000 (desenvolvimento da plataforma on-line de negócios e gastos com escritório)
CAPITAL DE GIRO: R$ 100.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 50.000
FUNCIONÁRIOS: 6 (1 desenvolvedor master, 1 desenvolvedor de negócios e 4 analistas de projeto)
PRAZO DE RETORNO: 36 meses
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R$ 1.000.000
35. AGÊNCIA DE PUBLICIDADE ON-LINE
Após um ano na operação do site de compras coletivas Comune, o cofundador David Reck, 30 anos, observou que a receita gerada pelas ofertas era muito baixa. A verdadeira margem de lucro estava nas áreas patrocinadas. Avaliando os anúncios on-line, ele percebeu que era possível aprimorar o modelo e oferecer ao internauta um produto em que estivesse realmente interessado, em vez de apresentar banners genéricos. Para isso, é preciso descobrir o que esse usuário já pesquisou e exibir a peça publicitária quando ele estiver navegando na internet. É o que faz a COMUNE DCO, criada em 2011, em São Paulo. A empresa utiliza um robô que varre as ofertas de uma loja virtual e analisa os produtos visualizados pelo consumidor. Depois, o mecanismo preenche automaticamente o espaço do anúncio com uma sugestão. “O varejista não precisa escolher só alguns produtos para anunciar. Pode mostrar tudo o que tem na loja, mas cada peça vai para quem tem interesse potencial”, diz Reck. Quando o internauta entra na loja virtual e faz uma compra (de uma televisão, por exemplo), a informação chega ao sistema, que então elabora o anúncio de um complemento (como um aparelho de Blu-Ray). Após um teste com seis empresas, o plano é faturar R$ 5 milhões neste ano com o serviço. A Comune DCO investiu R$ 1 milhão no desenvolvimento da tecnologia em nuvem. “Com crescimento rápido e escalável, não daria para trocar de servidor e de estrutura em tão pouco tempo”, afirma, referindo-se ao suporte já utilizado pelo site.
ESTRUTURA: R$ 400.000 (escritório, internet, computadores, impressora, central telefônica ou telefone por IP, servidores em nuvem e ferramentas de apoio, como a de disparo de e-mail)
CAPITAL DE GIRO: R$ 600.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 210.000
FUNCIONÁRIOS: 5 (3 desenvolvedores, 1 executivo de contas e comercial e 1 de atendimento)
PRAZO DE RETORNO: 24 meses
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R$80.000
37. SITE DE PRODUTOS DIFERENCIADOS
A veterinária Alessandra Keidann, 30 anos, queria abrir um pet shop e por isso comprou um ponto em um shopping em construção na cidade de Porto Alegre (RS). A entrega da obra atrasou e, para esvaziar o estoque alocado em sua casa, ela colocou no ar o site da loja, BOLICHO DO BICHO, em 2010. Para não competir em preço com o grande varejo pet, apostou em produtos diferenciados e em um blog com dicas de saúde e demonstração de produtos. Enquanto aguardava a loja física, ampliou o mix da versão virtual, aprimorou os meios de pagamento on-line e remodelou o visual do site. Chegou ao final de 2011 com 400 acessos por dia e um crescimento mensal de 20% nas vendas. Assim, a loja virtual virou prioridade para 2012. “Custa menos, mas a margem de lucro é menor, devido ao porte dos concorrentes”, diz. Para competir, sofisticou os fornecedores. “Percebi que é mais eficaz escolher boas marcas e representá-las bem”, afirma. Outro diferencial é o atendimento. “O cliente de comércio eletrônico é muito inseguro, é fácil desistir da compra. Quando vejo uma dúvida, respondo na hora. O blog e o Facebook também ajudam a reduzir a desconfiança”, diz. Com isso, chegou a um faturamento mensal de R$ 15 mil em dezembro e espera multiplicar os ganhos com a loja física, que será inaugurada neste ano.
ESTRUTURA: R$ 60.000 (compra de estoque, computador, internet e telefonia)
CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 12.000
FUNCIONÁRIO: 1 (gerente)
PRAZO DE RETORNO: 24 meses
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