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Publicado em 18 de Fevereiro de 2015 | 05h10m

Food trucks ganham as ruas de Rio Preto





 

 

 
Guilherme Baffi
Food truck é especializado em pratos da culinária japonesa e fica perto do Sesc

A tradição da comida de rua é forte em Rio Preto. E, se antes o comércio ambulante de alimentos era chamado de carrinho ou trailer, recentemente ganhou um nome mais pomposo, que deu status à atividade. São os chamados food trucks. A novidade - que em São Paulo já é febre e inclusive tem uma nova modalidade, as food bikes - começa a ganhar as ruas de Rio Preto. As opções são diversas, dos tradicionais lanches, passando por comida mexicana, italiana, japonesa e também pelos famosos hambúrgueres. 

Levantamento do Sebrae-SP para este ano, que será marcado pelos ajustes na economia, destaca o setor de serviços, no qual se enquadra a alimentação fora de casa. Segundo a entidade, deve haver um crescimento relevante nas rotisseries e nos food trucks neste e nos próximos anos, já que a renda real tende a crescer menos e os orçamentos ficarem mais apertados. "Os food trucks favorecem essa economia nas despesas familiares em função de oferecerem um preço médio relativamente menor e uma rapidez nos serviços", afirma a consultora do escritório do Sebrae de Rio Preto Simone Ribeiro Haduo. 

E se a cultura dos trailers de lanches, de espetinhos e de outras especiarias já é forte em todos os bairros da cidade, os food trucks chegam para oferecer outros tipos de alimentos, com cardápios mais elaborados, que aproveitam a culinária de outros países. Em geral, esses estabelecimentos se instalam em locais que têm grande movimentação de consumidores à noite. "O costume de comer na calçada já existe e é bem aceito pelos rio-pretenses. Temos como exemplos típicos os botecos e bares da cidade", afirma Simone. 

Para Leonado Cannizza, sócio do Los Cabrones e da Franquia da Pizza, os food trucks vieram para ficar, tanto que a empresa já lançou a modalidade e atingiu 15 franquias da marca de comida mexicana nesta semana. Como nos Estados Unidos, em que os food trucks começaram a se fortalecer na década passada, aqui não deve ser diferente. "A comida é feita com higiene e rapidez, tem variedades. Os food trucks estão mudando a relação das pessoas com a comida de rua. 

Isso é ótimo e não vai desaparecer", afirma. Mesmo que seja uma tendência e não um modismo, esse tipo de negócio exige cuidados para ser montado e alguns extras, principalmente com a cozinha. Como a manipulação dos alimentos é na frente dos clientes, a higiene, a qualidade dos produtos, tudo isso é analisado pelo consumidor e qualquer deslize pode acabar com a reputação do estabelecimento. O próprio Sebrae tem um programa voltado para quem trabalha com a venda de alimentos em espaços ambulantes. 

Planejamento 

Quando se fala em montagem do negócio, a pesquisa e o plano de negócios voltam a ser fundamentais. Segundo Simone, o empresário deverá preparar-se para encarar os percalços de trabalhar na rua; ficar sempre de olho nos informes meteorológicos para poder ter um estoque adequado a partir dessa informação. "Trabalhar na rua exigirá um preparo emocional e um esforço físico bem maior", afirma. Além disso, o veículo deverá ter boas condições, para não cair em manutenção e ficar parado em oficinas. 

O empresário que deseja atuar nesse mercado deve ainda ficar atento à legislação. Segundo Simone, a Prefeitura de Rio Preto está realizando uma análise da Lei dos Ambulantes, em que se enquadrarão os food trucks, e vai se posicionar pela regulamentação do setor. "Acreditamos que até o fim deste mês serão estabelecidos os critérios para permissão deste tipo de comércio de rua e as exigências legais necessárias". 

Guilherme Baffi
Leis de Oliveira Gonçalo e André Luís Secafin montaram o Sanduba de Rua no mês passado e estão atendendo na avenida Bady Bassitt, bem perto de onde fica uma balada famosa e cheia de consumidores


 



Paixão por lanches motiva negócio

O empresário e hamburgueiro André Luís Secafin já tinha um carrinho de lanches perto de casa. Somou a paixão pelos lanches artesanais ao bom momento pelo qual passa o setor e, junto ao sócio Leis Oliveira Gonçalves, que também põe a mão na massa, decidiu montar o Sanduba de Rua, um food truck que há um mês está estacionado na avenida Bady Bassitt, perto do Vila Dionísio. "Em casa, recebia os amigos para fazermos hambúrgueres e não churrasco, como normalmente acontece", conta.

Segundo Secafin, a ideia inicial era abrir uma hamburgueria num ponto fixo, mas depois de feitos os cálculos para o investimento, a percepção foi de que seria muito, sem contar os riscos. Com R$ 50 mil conseguiu montar um food truck que vende comida de qualidade com preços mais atrativos e sem todas as despesas de um restaurante tradicional. "Nosso carro-chefe é o hambúrguer tradicional, com preços entre R$ 13 e R$ 17", conta. O funcionamento é de quinta a domingo, a partir das 20 horas.

Combinação

Para Secafin, a combinação comida de qualidade e preço justo é uma fórmula infalível de sucesso, num mercado sólido. Mas, para se montar algo, é preciso muita pesquisa e conhecimento dos detalhes do mercado. "A maior dificuldade é a logística. Como trabalhamos sempre com produtos frescos, a carne é desossada e moída no dia, três horas antes do primeiro cliente", conta.

O próximo passo da dupla é sair pela cidade, estacionando o Sanduba de Rua em locais diferentes, para conhecer novos lugares e chegar até mais consumidores. Na contramão das dificuldades, Secafin cita o poder das redes sociais para fazer a divulgação do negócio. O Facebook e o Instagram são grandes aliados na publicidade, uma atualização do velho e bom boca a boca, que nunca falha, para o bem e para o mal. 

 


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Encontro reúne comida e música

O mercado dos food trucks está tão aquecido que Rio Preto já vai sediar um evento exclusivo para quem trabalha com essa atividade. O Festival Riopreto Food´n Music será realizado no dia 4 de abril, das 10 horas às 22 horas, no estacionamento do Riopreto Shopping Center. O evento, realizado pelo shopping, com idealização da BoniPeixe Comunicação, vai misturar comida e música. Haverá a participação de 20 estabelecimentos, entre food trucks, bares e restaurantes da cidade e região, além de shows de bandas de rock, blues e MPB. O evento é gratuito e aberto ao público. 

Mercado versátil atrai empresário

Com investimentos de R$ 180 mil e geração de oito empregos, o empresário Flávio Aliende montou, em novembro do ano passado, a Hagaki Temakeria, que oferece culinária japonesa. Instalado na avenida Francisco Chagas, em frente ao Sesc, o local tem entre os pratos mais pedidos ceviche, temakis e outras opções japonesas e funciona de terça a domingo, das 18h30 às 24h30. "Esse é um mercado crescente e fascinante. É um ramo de alimentação e entretenimento mais versátil por causa de sua mobilidade, além de ser muito charmoso", afirma o empresário.

Ele conta que foi a São Paulo conhecer fabricantes, promotores de eventos especializados em trucks e alguns dos principais trucks da capital, o que ajudou a tomar a decisão e definir que tipo de serviço ofereceria em Rio Preto. Segundo Aliente, os investimentos não ficam somente na van, mas na cozinha piloto, locais para armazenamento e manipulação dos alimentos, atendendo todas as exigências das normas sanitárias. "A principal dificuldade da comida de rua está na condição climática, citando como inconvenientes a chuva e o vento e uma atenção maior no check list antes da van sair da base", explica.

Aliende afirma que a escolha do ponto requer os mesmos cuidados de um restaurante tradicional, como fluxo de pessoas, estacionamento, segurança, entre outros. As questões de taxas e licenciamentos ainda são um pouco complexas por não haver uma lei ampla e específica que regule o segmento. "Mas, se a escolha do local não foi satisfatória, existe a facilidade de escolher outro ponto, acertar a parte burocrática, estacionar e trabalhar", afirma. 
 

 

Aícro Júnior / Editoria de Arte
 

 

Fonte: Diário da Região





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